O rastafari era um religioso temido e evitado pelo restante dos jamaicanos no inicio da década de setenta. Não seria até 1975, quando o sucesso da música de Bob Marley atinge não só a Inglaterra como também os Estados Unidos, que passaria a haver alguma mudança em relação à imagem do rastafari por parte da população nativa da ilha. Só então, com a projeção mundial que se tem quando se conquista o mercado Americano, é que o reggae e o rastafari passam a ser mais respeitados. Atualmente o rastafarianismo representa uma maioria significativa da população da Jamaica.
A crença do rastafari vem de uma mistura de interpretações da Biblia Sagrada, com maior enfoque no Velho Testamento do que no Evangelho. Essencialmente, eles absorveram preceitos católicos e judaícos, criando uma consciência de animismo e espiritualismo.
Para se entender melhor o que é um rastafari e como sua religião veio a surgir, precisamos olhar um pouco da história recente da Jamaica. Como o Brasil, Jamaica também era então um grande produtor de cana-de-açucar. Depois que o Reino Unido toma o controle da ilha dos espanhois, a mão-de-obra escrava que já existia, se intensificou consideravelmente. Curiosamente, a grande maioria desta população escrava fora capturada originalmente na mesma região, a Etiópia. Com a abolição da escravatura, a ilha passa por um empobrecimento radical, o que gerou desinteresse dos Bretões pelo lugar, e permitiu à ilha ganhar autonomia parcial.
Uma vez que a população da Jamaica já é uma maioria negra, o controle branco se faz em parte através de um domínio psicológico do europeu branco sobre o africano negro. Porém surge em 1927, um jamaicano de 40 anos chamado Marcus Garvey que passa a ganhar notoriedade por pregar a consciêcia negra. Sua influência na mentalidade do povo negro da Jamaica é tanta que ele é hoje visto como o precursor do rastafarianismo. Entre outras coisas, ele clamava para o povo ter orgulho de sua herança Africana. Mas o que o fez ser reconhecido como um profeta, foi apontar ao povo que se devia manter as atenções na Africa, pois um rei Africano seria coroado como o messias negro.
Em 1930, o Primeiro Regente de Etiópia, Ras Tafari, anunciou que ele era descendente legítimo do Rei Salomão e da Rainha de Sheba. Ras Tafari foi então coroado Rei de Etiópia, mudando seu nome para Rei Haile Selassie I. A profecia de Marcus Gravey fora realizada e o Rei Haile Selassie I é tido como o verdadeiro messias. Se fossemos comparar com os personagens da religião cristã, Marcus Gravey seria o equivalente a João Baptista, aquele que avisa da vinda do Senhor, enquanto Selassie seria a reincarnação de Jesus Cristo em pessoa. Deus em carne, andando sobre a terra.Como religião, o rastafarianismo é mais praticado do que escrito. Portanto existe uma grande variação de ‘tribos’, termo herdado do judaísmo, dentro da religião, cada uma praticando sua adoração de uma forma diferente. Como regra, todo rastafari venera o Rei Haile Selassie I como o Imperador do Mundo e o Deus na Terra. Ele é tido como o Rei dos Reis, Senhor de todos os Senhores e o leão conquistador das tribos de Judá. O nome Haile Selassie significa “O Poder da Santa Trindade.”
Esta crença define o homem negro como sendo o legítimo herdeiro da tribo de Israel. Esta noção vem do Velho Testamento, Jeremias 8:21, onde há a afirmação, “Eu sou negro.” O rastafari condena a carne de porco e geralmente é incentivado a simplesmente evitar comer carne. Seu estilo de cabelo, conhecido como dreadlocks, tem na origem de seu nome a intenção de desafio. No entanto, o tratamento dado ao cabelo, vem novamente de uma interpretação da Biblia, onde em Numero 6:5 se jura não cortar o cabelo. O aspecto do rastafari, ou simpelsmente rasta, com seus dreadlocks, representam ideologicamente, a juba do leão de Judá. O uso de maconha ou ganja como é chamada, como auxílio para meditação e adoração a Deus, também tem sua origem em uma distinta interpretação da Biblia, específicamente Genesis 1:12 e 2, como também Samuel 2:29, onde se faz alusão à “sabedoria da erva.”Basicamente pode-se dizer que o rastafari vê a Jamaica como o Inferno, seu lar terreno onde passa seus dias aguardando o retorno à terra prometida. Esta é a Etiópia, o Zion ou paraíso, o lar espiritual a ser atingido. Apesar do Rei Haile Selassie I incentivar a leitura da Biblia, o Cristianismo é geralmente visto como uma religião do homem branco, e portanto, não representa a vida e as injustiças sociais sofridas pelo homem negro. Bob Marley acabaria sendo visto como um profeta e guerreiro. O reggae que Marley ajudou a popularizar, acabaria atraindo turistas para a ilha, agitando a indústria de turismo local.
Embora nem sempre as inspirações espirituais estejam em harmonia com os desejos carnais, o rastafari é em tese um homem humilde e pacífico, ao mesmo tempo que orgulhoso e confiante. Ele não busca posse material e sim um maior entendimento das escrituras. Ele não odeia o homem branco embora veja o mundo do homem branco como maligno, cheio de inveja e desonestidades, o qual ele interpreta como sendo a Babilônia moderna. Apesar de seu pacifismo, o rastafari é dono de grande poder interior e irá como regra defender com firmeza o que julga serem os seus direitos.
Todas essas coisas intrigavam Keith Richards, este facínio facilitando a aproximação de Justin Himes, um rastafari e conhecido cantor de mento (outro tipo de música jamaicana), quando ainda morava no interior do país, antes de vir para a capital. Himes se tornou rapidamente o grande amigo de Keith e Anita na ilha, passando a freqüêntar a casa regularmente, e trazendo consigo outros amigos, todos rastas. O reggae levado nos fins de tardes no porão da casa deixa o casal em transe, quase que em êxtase. Keith passa a meditar ao som de reggae, entrando em uma fase que para ele mais se assemelha a uma experiência religiosa.
Nicky Hopkins, que sempre teve uma saúde delicada, teve uma infecção intestinal, seu organismo possivelmente estando cansado do prato tipico jamaicano que é bode com molho curry, e acabou deixando o projeto, retornando à Inglaterra mais cedo. Billy Preston vem substituí-lo, chegando apenas nas últimas duas semans de trabalho. Mas o clima virou rapidamente quando o quarto de Wyman foi invadido por homens mal intencionados. Embora esta informação tenha sido confirmada em mais de uma fonte, poucos detalhes revelam como se deu a situação. Aparentemente Bill Wyman se viu atado e colocado debaixo da cama enquanto sua mulher Astrid Wyman era estuprada. Uma vez que a notícia se espalhou, todas as mulheres passaram a se sentir vulneráveis e o clima dentro do grupo não era mais o condizente para se fazer música. Retornaram todos a Londres no dia 22 de dezembro. Anita era a única entre as mulheres realmente triste por ter que deixar o lugar.
Bill e Astrid coversam muito e retornam para sua residência no sul Francês. Não muito depois, Bill conclui que estava fumando maconha demais e ficando preguiçoso no processo. Sem pensar duas vezes, pegou todo o haxixe que tinha em casa, cavou um buraco no quintal e enterrou tudo, para o espanto de Astrid. Bill Wyman que havia largado tabaco em 1971, agora não fuma mais erva alguma. Astrid no entanto, não tem a mesma força de vontande e continua fumando. Ela secretamente também tomou gosto pelo uso de cocaína, embora minimize o seu uso, sempre longe das vistas de Bill.
Imagens e textos de pesquisas na internet
muito interesante seu blog, eu o achei pesquisando a igreja ortodoxa etilpe. um abração
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