Entre tantas paixões e amores um continua inabalável desde minha adolescência, quando ouvi pela primeira vez o baixo ao fundo desse ritmo mágico e cadenciado, que é o Reggae em sua essência. Nasci em Belém do Pará, então nada estranho, já que os ritmos que lideram por lá são esses mesmo os caribenhos, africanos e indigenas resultando em uma miscegenação de ritmos, aliás, meu pai adorava merengue, o ritmo, não a guloseima rsrsrs....Eu estava preparada ouvi a voz de Jah e sou fiel a ele desde então, e lá se vão 30 anos acompanhando tudo que se passa no universo Rastafari. Tenho muito orgulho desse meu lado reggaeira, sempre fui conhecida como a filha de Jah ou filha do Rasta, nicks que sempre usei na internet. Em agradecimento a tudo de bom que recebo de Jah resolvi reuni tudo o que a ele se refere em especial dou destaque a Robert Nesta Marley, cujas composições, sua biografia, enfim selou de vez esse pacto de amor que tenho com o Reggae. Quando meus filhos e amigos comungam comigo desse amor incondicional que tenho pela Jamaica, pela África e sua história de dor e preconceito, lágrimas me vêm aos olhos, saber que através de mim, outros estão tendo a oportunidade de conhecer, amar e respeitar os Rastas no sentindo mais amplo da palavra. Jah!!!

Rastafari I yeahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Elsy Myrian Pantoja

Uma Filha de Jah

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bob Marley e os negros pelo mundo

CEDELLA BOOKER


A história e a musica de Bob Marley, imediatamente conduzem todo o leitor e ouvinte atento a historia dos negros no mundo, bem assim a sua luta pela independência, libertação e afirmação.

Bob Marley nasceu e cresceu em uma Jamaica extremamente pobre, racista e altamente dominada pelo preconceito em relação ao negro e ao mestiço. Ele mesmo, filho de mãe negra e pobre, e de pai branco sofreu na pele todo tipo de discriminação, preconceito e exclusão social.

A sua musica, mais do que uma forma de expressão artística, era também um instrumento de enfrentamento, de sobrevivência e de luta por um mundo melhor.

Sua mensagem, era sempre a favor dos negros, dos oprimidos, dos excluídos e dos pobres. Bob Marley não precisava investigar muito para poder escrever uma boa letra. Bastava olhar para sua própria história e lembrar-se de alguns episódios de sua própria vida que já dava para fazer uma musica excelente.

O que Bob Marley não sabia, era que o sofrimento dos negros no mundo era diferente. Dominado pela cultura Rastafari, e conhecendo somente a realidade dos negros nas Antilhas e nos Estados Unidos, Bob Marley acreditou que em África os negros tinham a mesma necessidade dos negros em países independentes.

Ele acreditou que era igual a necessidade de liberdade, de independência e de direitos iguais em todos os negros no mundo. Durante um período dessa concepção de Bob, a Babylonia, que era o principal motor da opressão da pessoa negra, era produzido por algumas pessoas brancas que ao mesmo tempo eram imperialistas, egoístas, racistas e opressoras.

Na mentalidade de Bob Marley, pelo menos ate 1978, altura da produção do álbum Babylon By Bus, África era o continente da esperança e da salvação para a humanidade inteira. Para ele, não havia nenhum outro lugar no mundo, com melhores condições para que o homem se realize como tal senão em África.

Para Bob Marley, o único mal em África era o colonialismo, que cessando, África seria um paraíso. Tanto que 1979 ele produz o álbum Survaval, que era um apelo a união dos africanos contra o colonialismo. ‘e este álbum que contempla as musica África Unite e Zimbabe.

Para Bob Marley, completando-se o ciclo das independências com Zmbabwe, o passo seguinte seria África do Sul e Namíbia que ainda estavam sob o jugo do Apartheid e assim a África estaria livre para sempre. Ele mesmo sonhava vir para África e cá viver eternamente e em paz, como varias vezes afirmou em entrevistas, alias, o álbum Exodus era uma pregação desse retorno a África.

Porem, devido a musica Zimbabwe e devido o impacto do álbum Survaval no Mundo inteiro, Bob Marley ‘e convidado de honra para a celebração da independência do Zimbabwe em 1980 e ali, sob todas as honras oferecidas pelo então Primeiro Ministro Gabriel Robert Mugabe, ele descobre uma nova realidade.

Afinal de contas, África não era aquilo que ele sempre imaginava, mais do que a opressão colonial, mais do que o efeito do colonialismo na vida dos africanos, estavam os próprios africanos reféns de sua própria mentalidade e eles mesmos impedidos pela sua mente de perceber que eram um povo capaz de viver em harmonia, em paz e em respeito um pelo outro.

Bob Marley descobre no Zimbabwe, um povo africano que luta contra si, que se divide em si mesmo e que dentro de si cria classes sociais, se discrimina e conceitua as desigualdades. Bob Marley descobre uma África minada pela ganância dos novos dirigentes africanos que antes foram os combatentes pelas libertações e independências.

Assim ele fica a saber que o problema de África era muito mais graúdo que o que ele imaginava e do que os outros africanos no mundo pensavam. Afinal, havia ate correntes de negros que queriam voltar para África, acreditando que não havia nem na Europa, nem na América um lugar para si.

‘e assim que em 1980, bem pertinho da sua morte, ele lança um disco que ‘e fortemente dedicado aos negros nos Estados Unidos da América, nas Antilhas e na Europa para que despertem em relação a África e em relação aos negros em África: Uprising.

‘e neste album que vem a musica: Redemption Song, o hino da que libertação mental (uma referencia de que não basta ser independente politicamente) a musica Real Situation, (onde os africanos se matam entre eles) Coming in From the Cold, (a realidade gelada e tenebrosa) e Zion Train, que ‘e um comboio da libertação.

Infelizmente, o álbum Uprising foi o ultimo que ele lançou enquanto vivo. Me parece que o desgosto vivido no continente africano, o câncer que o atormentava e a dificuldade dos negros no mundo perceberem que afinal de contas, a libertação partia de dentro para fora e não o contrario, apressaram a morte da Lenda do Reggae a 11 de Maio de 1981.

Infelizmente para Bob Marley, o mundo dos negros continua o mesmo ate hoje. Grandemente influenciado pelo mercado livre e pela ignorância. Os negros continuam vivendo realidades e contextos diferentes sendo o sonho de liberdade e justiça social entre os africanos em África e no mundo uma autentica utopia.

Conscidentemente, celebra-se em Maio a Marte de Bob Marley no dia 11 e o dia do Continente Africano 10 dias depois. Neste 2008, enquanto celebramos os 27 anos da morte de Bob, também celebramos 45 anos de África. Duas idades que chamam a nossa atenção e reflexão. Receio que ate agora, Bob Marley e a África sejam muito mal entendidos e mal interpretados, tanto pelos surumaticos, bem como pelos políticos.

P.S.

No dia 8 de Abril deste ano, perdeu a vida em sua casa, em Miami, de morte natural, a senhora Cedella Marley Booker, aos 81 anos de idade. Mother B, como era carinhosamente conhecida, era a mãe de Bob Marley, filho que ela deu a luz com somente 16 anos de idade e, avo dos 11 filhos do Robert Nesta Marley.

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