Um dos estereótipos mais persistentes sobre a cultura africana é provavelmente que os africanos são um povo que tem um talento inato para o ritmo, o movimento e a dança. Quando se pensa em danças de África, geralmente, vem-nos à memória danças tradicionais e rituais, com os seus saltos atléticos, figurinos exóticos e ritmos de êxtase. A dança tradicional africana é, de facto, uma expressão fortíssima de sentimentos artísticos, emocionais e religiosos, que não tem igual pelo mundo fora.
No entanto, esta imagem precisa de dois importantes ajustamentos. Em primeiro lugar, é uma generalização pouco correcta falar do ‘povo africano’. África é habitada por centenas de povos diferentes e, embora tenham muito em comum, cada um destes povos tem a sua própria cultura, os seus próprios hábitos e muitas vezes a sua própria língua. Só em Moçambique, por exemplo, são faladas 52 línguas africanas diferentes.
Em segundo lugar, é importante frisar que África é um continente em movimento. Houve, em todos os novos estados africanos, a seguir da independência, um movimento forte e natural que procurava voltar às origens. Finalmente, pensava-se, era possível viver a própria cultura, sem restrições, sem medo, sem interferência da cultura do colonizador. Na área da dança, isto significava um esforço admirável de pesquisa e re-descobrimento das danças tradicionais, muitas vezes já fora de uso depois de anos de guerra. Nesta primeira fase, tudo o que vinha do ocidente era suspeito, mas à medida que as relações com os países do Norte se iam regularizando, cresceu a curiosidade e a vontade de se inserir num ‘mercado’ artístico cada vez mais internacional. Começando pela música, os artistas do velho continente começaram a experimentar misturar elementos locais com influências artísticas internacionais.
Também os bailarinos e coreógrafos, começaram a procurar alargar o seu vocabulário. Hoje em dia, existem em vários países africanos companhias e coreógrafos que já não se contentam com a manutenção das danças tradicionais; querem assumir o papel do autor/criador e alargar o seu vocabulário coreográfico, para poder falar sobre a vida urbana, com a sua aceleração, o seu cosmopolitismo, os problemas sociais,... Hoje em dia, a procura destes pioneiros de uma nova fusão entre as suas raízes culturais africanas e as várias formas e estilos da dança contemporânea ocidental, é uma das mais fascinantes evoluções da arte coreográfica.
Em dois pequenos ciclos, o Centro Cultural de Belém apresenta estas novas danças africanas: este mês de Dezembro, serão apresentadas duas peças do coreógrafo Mano Preto da companhia Raiz di Polon de Cabo Verde, Pêtu e CV Matrix 25, e o espectáculo Figninto da companhia Salia nï Seydou de Burkina Faso. Para o mês de Junho do próximo ano, já estão previstas duas estreias, uma pela companhia Raiz di Polon, desta vez numa coreografia de Zema Monteiro, e outra pela Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique.
No entanto, esta imagem precisa de dois importantes ajustamentos. Em primeiro lugar, é uma generalização pouco correcta falar do ‘povo africano’. África é habitada por centenas de povos diferentes e, embora tenham muito em comum, cada um destes povos tem a sua própria cultura, os seus próprios hábitos e muitas vezes a sua própria língua. Só em Moçambique, por exemplo, são faladas 52 línguas africanas diferentes.
Em segundo lugar, é importante frisar que África é um continente em movimento. Houve, em todos os novos estados africanos, a seguir da independência, um movimento forte e natural que procurava voltar às origens. Finalmente, pensava-se, era possível viver a própria cultura, sem restrições, sem medo, sem interferência da cultura do colonizador. Na área da dança, isto significava um esforço admirável de pesquisa e re-descobrimento das danças tradicionais, muitas vezes já fora de uso depois de anos de guerra. Nesta primeira fase, tudo o que vinha do ocidente era suspeito, mas à medida que as relações com os países do Norte se iam regularizando, cresceu a curiosidade e a vontade de se inserir num ‘mercado’ artístico cada vez mais internacional. Começando pela música, os artistas do velho continente começaram a experimentar misturar elementos locais com influências artísticas internacionais.
Também os bailarinos e coreógrafos, começaram a procurar alargar o seu vocabulário. Hoje em dia, existem em vários países africanos companhias e coreógrafos que já não se contentam com a manutenção das danças tradicionais; querem assumir o papel do autor/criador e alargar o seu vocabulário coreográfico, para poder falar sobre a vida urbana, com a sua aceleração, o seu cosmopolitismo, os problemas sociais,... Hoje em dia, a procura destes pioneiros de uma nova fusão entre as suas raízes culturais africanas e as várias formas e estilos da dança contemporânea ocidental, é uma das mais fascinantes evoluções da arte coreográfica.
Em dois pequenos ciclos, o Centro Cultural de Belém apresenta estas novas danças africanas: este mês de Dezembro, serão apresentadas duas peças do coreógrafo Mano Preto da companhia Raiz di Polon de Cabo Verde, Pêtu e CV Matrix 25, e o espectáculo Figninto da companhia Salia nï Seydou de Burkina Faso. Para o mês de Junho do próximo ano, já estão previstas duas estreias, uma pela companhia Raiz di Polon, desta vez numa coreografia de Zema Monteiro, e outra pela Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique.
Texto e Imagem pesquisado www.atambrur.com
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