Entre tantas paixões e amores um continua inabalável desde minha adolescência, quando ouvi pela primeira vez o baixo ao fundo desse ritmo mágico e cadenciado, que é o Reggae em sua essência. Nasci em Belém do Pará, então nada estranho, já que os ritmos que lideram por lá são esses mesmo os caribenhos, africanos e indigenas resultando em uma miscegenação de ritmos, aliás, meu pai adorava merengue, o ritmo, não a guloseima rsrsrs....Eu estava preparada ouvi a voz de Jah e sou fiel a ele desde então, e lá se vão 30 anos acompanhando tudo que se passa no universo Rastafari. Tenho muito orgulho desse meu lado reggaeira, sempre fui conhecida como a filha de Jah ou filha do Rasta, nicks que sempre usei na internet. Em agradecimento a tudo de bom que recebo de Jah resolvi reuni tudo o que a ele se refere em especial dou destaque a Robert Nesta Marley, cujas composições, sua biografia, enfim selou de vez esse pacto de amor que tenho com o Reggae. Quando meus filhos e amigos comungam comigo desse amor incondicional que tenho pela Jamaica, pela África e sua história de dor e preconceito, lágrimas me vêm aos olhos, saber que através de mim, outros estão tendo a oportunidade de conhecer, amar e respeitar os Rastas no sentindo mais amplo da palavra. Jah!!!

Rastafari I yeahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Elsy Myrian Pantoja

Uma Filha de Jah

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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nengo Vieira


Nengo Vieira

Por Antonio Carlos da Fonseca Barbosa

ritmomelodia@hotmail.com

Nengo Vieira nasceu em Cachoeira, cidade histórica do interior da Bahia, às margens do Rio Paraguaçu, onde desembarcaram, por volta de 1600, dezenas de diferentes etnias africanas e no mesmo período, centenas de povos indígenas, nômades, todos obrigados a trabalhar na plantação de cana – de – açúcar. E mais: o português colonizador, o espanhol, o francês e eventualmente o inglês, cada um com suas influências, diversidade de preferências estéticas dando novas formas ao ambiente cultural.

Com essa influência cultural, histórica e diversidade musical passada de gerações a gerações, de pai pra filho, o menino Nengo cresceu ouvindo o bandolim arguto de seu pai Deraldo, que reunia a família e os vizinhos em inesquecíveis saraus. E aos 11 anos de idade empunhando o violão acompanhado o seu pai. Talvez por tudo isso Nengo tenha se destacado com toda sua obra de uma musicalidade tão diversa, autêntica, ao mesmo tempo regional e do mundo. Influenciado, ainda, pelos elementos da música negra, desde o blues, soul, funk, ska, rock e MPB. O mais marcante nas suas composições é a tranqüilidade. O estado etéreo de suas canções que penetram a alma e nos conforta o espírito, nos fazendo refletir sobre a pureza que há em cada coisa do mundo, mesmo quando aborda questões sociais ou sobre o amor incondicional. Como todo artista introspectivo, aos poucos reage contra sua timidez participando de várias apresentações memoráveis. Ele trabalha com diversos artistas como arranjador e instrumentista. E compositor coleciona sucessos como: Rasta Man, Somos Libertos, Chegada. Com Edson Gomes (Fala Só de Amor), com Sine Calmon (Divino e Roda Pião). Participou do CD - ‘Reggae na Estrada' da Tribo de Jah (tocando guitarra, baixo e bateria em algumas faixas).

Na década de 80 Nengo Vieira e Edson Gomes, foram precursores da cena do reggae na Bahia. Juntos fizeram os melhores CDs de Edson. Após a fim da parceria, Nengo torno-se evangélico e seu trabalho autoral é voltada para o mercado gospel. Sua banda Tribo D'Abraão, formada por Felipe Moreno – bateria; César Matos – baixo; Carlos Mendes – Guitarra; Augusto Junior – teclados; Marco Jones – percussão; Valéria Vieira e Ana Paula – backing vocal. Com eles gravou seus quatro primeiros CDs: ‘Somos Libertos' (atração fonográfica), ‘Mata Atlântica', 'Vem pro Caminho Reggar' e 'Chama' (totalmente independente, produzido e distribuído pelo Selo "Deus é Conosco". Segue abaixo entrevista exclusiva de Nengo Vieira para Ritmo Melodia – www.ritmomelodia.mus.br em novembro 2007:

1-) Ritmo Melodia – Qual sua cidade de origem e sua data de nascimento?

Nengo Viera – Nasci em 24/04/1959 na cidade Cachoeira – BA.

2-) RM – Fale do seu primeiro contato com a música?

NV – Comecei aos sete anos de idade tocando violão. Fui criado num ambiente onde a música era a atmosfera constante em nossa casa. Meu pai (Deraldo) tocava bandolim e muito bem. Tive a honra de acompanha-lo quando eu tinha 11 anos de idade. E aos 12 anos comecei a tocar baixo e guitarra nos bailes.

3-) RM – Quais suas principais influencias musicas e quais as que permaneceram?

NV – Todas permanecem. Principalmente a música negra de uma forma geral, além do samba, bossa nova choro, baião e todas as influencias da MPB.

4-) RM – Qual sua formação escolar e musical?

NV – Cheguei a fazer o curso de violão na faculdade, mas não terminei. E musicalmente sou autodidata em violão, guitarra, baixo, teclado, percussão, bateria e composição e arranjos.

5-) RM – Quando e porque você escolheu a música como profissão?

NV – A música me escolheu. E desde dos 12 anos de idade essa profissão já estava definida em minha vida.

6-) RM – O que levou você a trazer o Edson Gomes para a cena reggae baiana. E foi em qual ano?

NV – Nosso encontro foi um processo natural onde nós dois estávamos buscando o mesmo som (reggae). Isso ocorreu por volta de 1983.

7-) RM – Quais os discos de Edson Gomes que você participou diretamente. Qual instrumento você tocava nas gravações?

NV – Nos três primeiros CDs. Toquei o baixo, a guitarra, percussão e fiz os arranjos.

8-) RM – Quando e por que houve a separação artística com Edson Gomes?

NV – Trabalhava simultaneamente em dois projetos até que não deu mais para conciliar. E foi necessária a ruptura, mas sem desavenças. Em 1988, cada um buscou trilhar o próprio projeto pessoal.

9-) RM – Fale como era a cena reggae na Bahia e no Brasil quando você e o Edson Gomes começaram?

NV – Eram aparições isoladas, o reggae ainda não tinha uma cena definida, o que nos obrigou a resistir e superar muitos obstáculos. Tipo: Água mole em pedra dura...

10-) RM – Quais eram os regueiros nacionais e internacionais que influenciaram você?

NV – Bob Marley &The Wallers é minha maior influencia no reggae, apesar de ouvir outros artistas. No reggae nacional não tenho influencia de ninguém. Como fomos precursores no movimento regueiro baiano, passamos a exercer uma influência na cena reggae nacional de uma forma geral.

11-) RM – Quando e porque você escolheu a cena musical Gospel para desenvolver seu trabalho solo?

NV – A partir do momento em que a palavra de Deus passou a fazer parte da minha vida.

12-) RM – Quantos CD lançados na cena Gospel?

NV – Em 1998 lancei meu primeiro CD - "Somos Libertos" pela gravadora secular Atração Fonográfica. Hoje são quatro ( " Somos Libertos", "Mata Atlântica"," Chama" e "Vem pro Caminho regar") produzidos juntamente com Rui Mascarenhas e que agora estão sendo distribuídos pelo selo Bolamusic. E em 2007 lancei o CD - "Avivamente" e gravei meu primeiro DVD. Participei de várias coletâneas. Todos eles foram lançados no mercado de uma forma bem aberta sem restrições.

13-) RM - Você gravou algum CD solo fora da cena Gospel?

NV – Todos foram lançados no mercado de forma aberta.

14-) RM – Fale do reggae na cena Gospel?

NV – O Reggae é uma música de gueto, de resistência e de luta. Por mais que tenha sido rejeitado na cena Gospel, hoje Deus tem derramado um “avivamento”, um gás novo na sua igreja. E todos os seguimentos musicais, inclusive o reggae, tem sido muito utilizados em eventos evangélicos como ferramentas atrativas para alcançar as almas.

15-) RM – Porque você escolheu Santos para morar e São Paulo para desenvolver e divulgar seu trabalho?

NV – Na verdade fui enviado por Deus para trabalhar no processo de edificação das igrejas Bola de Neve de Santos e Guarujá, resultando em uma amplitude maior em expor nosso trabalho aqui no sudeste.

16-) RM – O que mais lhe chateava na cena reggae secular?

NV – A falta de unidade. Acho que o pouco espaço que nos é dado, fomenta uma necessidade de sobrevivência e com isso cada um busca caminhar com suas próprias pernas, dificultando o processo de união.

17-) RM – Defina seu trabalho autoral e quais as diferença musicais em relação ao trabalho realizado junto com Edson Gomes?

NV – As diferenças são claras para aqueles que conhecem os dois trabalhos. No meu trabalho busco traduzir aquilo que tenho aprendido com Jesus Cristo. Procuro falar o que vivo e viver o que falo. Foco muito a salvação através do amor de Jesus, Jo 3:16.

18-) RM – Quais os músicos que lhe acompanha? E seus parceiros musicais?

NV – Sou acompanhado pela banda Tribo d´Abraão ( Felipe Moreno - Bateria; César Matos – Baixo; Augusto Jr - Teclados, Carlos Mendes – Guitarra; Marcos Jones -Percussão, Valéria Vieira e Ana Paula - Back-vocal; João Teoria – Trompete; Ito Bispo - Sax Tenor. Meus parceiros são das antigas. Alguns deles são: Rui de Brito, Edson Gomes, Carlito Profeta, Jair Soares. Hoje tenho feito algumas canções em inglês e meus parceiros são: Pra. Sheila Possi, Bárbara Falcon e Maurício Monteiro.

19-) RM - Qual o instrumento que você assumiu hoje?

NV – Guitarra e Violão.

20 -) RM – Em estúdio, você continua gravando as linhas de contrabaixo?

NV – Sim. Além de fazer os arranjos e toco o baixo em algumas faixas.

21-) RM – Você já foi adepto ao rastafari? E qual a diferença religiosa com o evangélico?

NV – Essa Filosofia (religião) nunca foi minha ideologia. Sempre busquei conhecer Deus através da Bíblia. Evangelho é o Poder, amor e toda a essência de Deus manifestado em nós através do amor do Senhor Jesus Cristo. Rastafari é uma filosofia onde aponta um rei da Etiópia como o Cristo deles (os negros). Todas as profecias da Bíblia apontam para Jesus Cristo e não em outra pessoa. Jesus veio para salvar a todos independente de raça, credo ou cor... Salvar o mundo.

22 -) RM – Como você vê a volta dos negros à África?

NV – Vejo como uma utopia. Os negros foram arrancados da sua terra natal de forma violenta e covarde e hoje eles fazem parte do processo de formação e evolução cultura, artística, política e social nos lugares para onde foram enviados.

23 -) RM – Quais os projetos futuros?

NV – Em 2007 o lançamento do novo CD - " Avivamente". A gravação do DVD e CD ao Vivo e um CD acústico. Que Deus nos abençoe e nos traga melhores momentos em nossas vidas.

Shows: 11 9225-2580 - 2626-14

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