Entre tantas paixões e amores um continua inabalável desde minha adolescência, quando ouvi pela primeira vez o baixo ao fundo desse ritmo mágico e cadenciado, que é o Reggae em sua essência. Nasci em Belém do Pará, então nada estranho, já que os ritmos que lideram por lá são esses mesmo os caribenhos, africanos e indigenas resultando em uma miscegenação de ritmos, aliás, meu pai adorava merengue, o ritmo, não a guloseima rsrsrs....Eu estava preparada ouvi a voz de Jah e sou fiel a ele desde então, e lá se vão 30 anos acompanhando tudo que se passa no universo Rastafari. Tenho muito orgulho desse meu lado reggaeira, sempre fui conhecida como a filha de Jah ou filha do Rasta, nicks que sempre usei na internet. Em agradecimento a tudo de bom que recebo de Jah resolvi reuni tudo o que a ele se refere em especial dou destaque a Robert Nesta Marley, cujas composições, sua biografia, enfim selou de vez esse pacto de amor que tenho com o Reggae. Quando meus filhos e amigos comungam comigo desse amor incondicional que tenho pela Jamaica, pela África e sua história de dor e preconceito, lágrimas me vêm aos olhos, saber que através de mim, outros estão tendo a oportunidade de conhecer, amar e respeitar os Rastas no sentindo mais amplo da palavra. Jah!!!

Rastafari I yeahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Elsy Myrian Pantoja

Uma Filha de Jah

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sexta-feira, 25 de junho de 2010

REI MARLEY SEMPRE MAJESTADE



“Nós nos recusamos a ser o que você queria que nós fôssemos. Somos o que somos, é assim que vai ser. Você não pode me educar”.
Bob Marley


* Por Marcos Vinícius

REI MARLEY, SEMPRE MAJESTADE.

27 anos depois da morte, o predestinado, o rei do reggae Bob Marley, continua vivo na memória da massa regueira de São Luis!


O mais difícil é imaginar a Jamaica em 1945. O mundo caminhava para o final de sua segunda grande guerra. Uma nova composição política e econômica iria realinhar o globo, na pequena ilha caribenha, a Grã-bretanha era soberana.
Na diminuta colônia da América Central, a armada inglesa mantinha alguns súditos de sua majestade, a rainha. Militares e brancos e parte destes solitários oficiais passavam o tempo deleitando os prazeres da carne oferecidos pelas nativas – descendentes dos índios Arawak – e pelas filhas dos escravos africanos que foram remetidos para a ilha da Xamayca desde 1509.
Mesmo que os eventuais encontros deste tipo fossem rotinas entre as tropas, o destino sabiamente reservou instantes de magia ao menos uma vez. Foi quando Cedella Malcom cedeu aos encantos do tenente Norval Sinclair Marley. Ele, branco, britânico. Ela, obviamente negra e nativa. Na Costa do Ouro, na África, onde foram encontrados os cromanties, ancestrais do pai de Cedella, originaram-se o braço materno na dinastia que culminou na existência do rei Bob. De um lado a nobreza africana, de outro o poder imperialista de Reino Unido. No centro o messias, o profeta, o eleito. O rei mundial do reggae, ou melhor, o predestinado. Enfim, o legado de Marley torna-se tão complexo que é difícil definir todos os seus feitos, para a importância da música e a cultura do terceiro mundo.
O pai de Cedella, Omeriah Malcom, trouxe no sangue uma herança muito especial. Feiticeiro, curandeiro, Myalman – uma espécie de bruxo com o poder de afastar o mal emanado pelas almas penadas (duppy, no vocabulário do iniciados). Omeriah conhecia a verdadeira vocação do neto: sua ascendência deveria desembocar num predestinado.

“O meu pai era um homem branco, a minha mãe era uma mulher negra, e eu apareci no meio. Assim que já sabe, eu não sou nada. Tudo o que sou é de Deus”.
Bob Marley - 1977

NASCIMENTO DE UM REI – No município de St. Ann, norte da então chamada “Jamaica”, após ser alterado o antigo nome da pequena ilha caribenha (Xamayca), por volta de 1945, no vilarejo de Nine Milles, havia uma negra robusta, forte, amparada por um senhor mais velho, seu pai. Cedella e Omeriah. Norval Sinclair Marley estava longe, haveria zarpado um dia após seu casamento com Cedella. Ela não parecia sozinha: espírito forte estava ao seu lado, seu pai os chamavam enquanto afastavam o mal.
Em 6 de fevereiro de 1945, vem ao mundo Robert Nesta Marley. Sob o signo de aquário nascia um bebê miúdo, magro, daqueles desnutrido como muitos nascem aqui no Brasil, vítimas da estrutura social em que vivemos. Um jamaicano pobre e aparentemente sem muito futuro, como tantas outras crianças que nasciam na ilha. Ainda jovem, porém, tímido e introspectivo, começava a deixar evidências que não era “apenas” mais um. Ainda muito pequeno e sem qualquer alfabetização, Bob impressionava os mais velhos com sua perspicácia e desenvoltura com as palavras.


“Deus criou as pessoas em tecnicolor. Deus nunca fez diferenças entre negros, brancos, azuis, verdes ou cor de rosa. As pessoas são pessoas, sabe? Esta é a mensagem que tentamos divulgar”.
Bob Marley – 1976.

A MUDANÇA (Malas e Bagagens...) – Talvez prevendo o brilhantismo e o destino reservado para o pequeno Marley, Cedella decidiu mudar do vilarejo para a capital “Kingston”, lugar que escolheu para viver ao lado do seu novo companheiro, Toddy Livingstone, após sua separação com o pai de Bob, O capitão inglês Norval Marley, que fazia parte do regimento britânico das ilhas ocidentais, que apesar da pressão de sua família na Inglaterra, não deixou de ajudar financeiramente o filho que pouco teve contato.
Bob não se importou nem um pouco com as mudanças, tanto que Toddy era o pai de seu melhor amigo, Bunny, e até porque, Nine Milles ficaria pequena para ele, mais cedo ou mais tarde. Em 1953, a família Livingstone aportou de malas e bagagens na maior e mais miseráveis das favelas dos subúrbios de Kingston “Trench town” (ou Cidade do Esgoto), assim era chamada por ter sido construída sobre as valas que drenavam os dejetos da parte antiga de Kingston. Neste lugar, a família Marley desembarcou nos anos 50.

DESCOBERTA DO REI (As minas de Marley) – Os primeiros passos foram relativamente estreitos, inibidos. Secretamente procurou um produtor de discos, Clement Dodd, também conhecido como Sir Coxsone (que faleceu no mês passado, vítima de enfarto, aos 58 anos). Dodd era líder de uma das equipes de som mais populares de Kingston, equipes que promoviam Jumo ups, bailes regados a novíssimos sons americanos. Em sua primeira visita a Dodd, Bob deu azar. Mas não desanimou. Foi atrás de um sujeito estranho, de nome Leslie Kong – também produtor, e já gozava de algum prestígio em função de sua grande descoberta, Jimmy Cliff. Foi o próprio Dodd quem primeiro pegou no ar, num golpe de sorte, o potencial de Bob Marley como cantor, e mandou bala na melodia de “Judge Not”.
Marley pensava estar sonhando, mas desta vez a coisa estava mesmo acontecendo. Com os músicos da casa, Bob gravou seu primeiro compacto. A escalada estava apenas começando, ainda assim, algo muito positivo já havia acontecido. “Judge Not” estava registrada, era a materialização de um sonho – um dos sonhos que indicavam a Bob sua verdadeira vocação.


“Qualquer que chore pela justiça é um Wailer”.
Bob Marley - 1974



THE WAILERS (A Trupe do rei) – Nos anos 60, havia uma “entidade” sonora muito peculiar. Chamava-se “Soul System” e era uma espécie de Juke Box destinada a animar as festas ou simplesmente agitar as ruas, assim como as radiolas existentes em São Luís, na Jamaica também denominadas de “Hi-fi”. O mais fabuloso dos Sounds System pertencia à figura de Lee “Scracth” Perry, o mago dos estúdios e de uma das mais fantásticas vertentes dos sons produzidos na ilha caribenha, o “Dub”.
Em suas horas vagas, estudava violão e canto, sempre incentivado por Joe Higgs, homem de notoriedade na trenchtown das décadas de 50 e 60. Em 1961 o professor Joe Higgs, formou com Neville Livingstone (Bunny Wailer), Winston Hubert McIntosh (Peter Tosh), Junior Braithwaite, Beverley Kelso e Cherry Smith, o grupo “Teenagers”, batizado depois de “The Wailing Rudeboys” e mais tarde “Wailing Wailers”.
Os Wailers então conheceu um homem que revolucionaria o seu trabalho: Lee Perry, cujo gênio produtivo havia transformado as técnicas de gravação em estúdio em arte. A associação Perry / Wailers resultou em algumas das melhores gravações da banda. Músicas como “Soul Rebel”, “Duppy Conqueror”, “400 Years” e “Small Axe” se na foram clássicos definiram a direção futura do reggae. Em 1970, Aston “Family Man” Barret seu irmão Carlton (baixo e bateria, respectivamente) se uniram aos Wailers. Eles eram o núcleo da banda de estúdio de Perry e haviam participado de várias gravações do grupo. Os irmãos eram conhecidos como a melhor seção rítmica da Jamaica.


“A minha música não é contra os brancos. Eu nunca poderia cantar isso. A minha música é contra o sistema, que ensina você a viver e a morrer”.
Bob Marley



SEMANA DE MARLEY NA JAMAICA – A Jamaica iniciou no começo de fevereiro de 2004, a semana de músicas e atividades para comemorar o aniversário de nascimento do rei Bob Marley, onde muitos o consideram de oitavo herói nacional.
Há treze anos, os jamaicanos lembram a data de seu nascimento, em 6 de fevereiro de 1945, com a “Semana de Marley”.
Entre os sete Heróis Nacionais da Jamaica estão Samuel Sharpe, propulsor da rebelião dos escravos em 1831 e Wiliam Alexander Bustamante, que em 1953 se transformou no primeiro chefe de governo da ilha.
Aqueles que querem que Marley seja nomeado herói, afirmam que entre seus méritos está o fato de ter feito com que, através da música, o nome da Jamaica fosse mencionado no mundo inteiro. No entanto, os que se opõem a esta distinção lembram as excentricidades do músico e sua defesa pública do uso da maconha, droga cujo consumo e posse é ilegal (em partes) na Jamaica, mas para os rastafari é o inverso.
Enquanto continua a polêmica, os amantes do reggae aproveitaram uma semana da música que contou com performance dos filhos “Ky – mani Marley, Ziggy Marley e ainda, Sizzla, Chuck Fender, Coco Tea, e Culture”.
As comemorações sempre começam com um serviço religioso da igreja Ortodoxa Etíope em Kingston e continuam nos demais dias com shows e uma festa de aniversário no museu dedicado ao artista, onde também foi realizado um debate em 2003 denominado “A Filosofia do Rastafari é boa para o bom governo na Jamaica?”.
O grande show aconteceu neste mesmo ano, na praia de James Bond, no nordeste da ilha, onde encerrou a semana de comemorações. As músicas de Bob Marley continuam figurando entre as mais vendidas na Jamaica e em outros lugares do mundo, como nos Estados Unidos e na Grã-bretanha, onde foram realizados atos em memória do artista – mor jamaicano.
Sem contar que em uma das principais revistas especializadas da Europa, foi realizada uma pesquisa em que afirma que a Fotografia Marleiana é considerada a segunda expressão de marketing mais fotogênica do mundo, atrás apenas do revolucionista “Ernesto Che Guevara”.



27 ANOS DEPOIS O REI CONTINUA VIVO – Marley morreu no dia 11 de maio de 1981. Suas últimas palavras, dirigidas para sua mãe Cedella, foram: “Não chore, mamãe, eu estarei bem”. Com muita música e todas as honrarias de um herói nacional, Bob foi sepultado. Ao seu lado, a Gibson vermelha do tipo de um pote de maconha e uma Bíblia, aberta no salmo 23: “O senhor é meu pastor: nada me faltará. Em verdes pastagens me faz repousar, conduz-me até as fontes tranqüilas e reanima minha vida...”.
No Maranhão não foi diferente aconteceram inúmeras homenagens póstumas para saudar o ídolo maior da musicalidade negra, Bob Marley. Festas com imagens do rei do reggae, radiolas nas praças, nos clubes, enfim todas as honrarias para aquele predestinado que veio ao mundo, realizou a sua missão e foi embora.
Um dos principais organizadores das homenagens da vida e obra de Marley aqui no Maranhão, é o discotecário e proprietário da Radiola de reggae (FM NATTY NAYSON), Nayfson Henrique dos Santos, popularmente conhecido pelo codinome de “Príncipe do Reggae”, Natty Nayfson. Ele acredita na força e na grande expressão que Marley deixou aqui na terra. “Bob Marley foi o ídolo do reggae, a pessoa que conseguiu sair da Jamaica para o mundo, mostrando a música de protesto, que tem tudo haver com paz, alegria, harmonia foi quem revolucionou o reggae, e jamais deixaremos de esquecer”, diz Natty. O próprio organizador explica que as saudações em memória de Marley que realiza todos os anos, mais precisamente em São Luis, tem um caráter social. Aliado às homenagens com festas em clubes, e ruas onde mora, no bairro da Liberdade (subúrbio da capital, também chamado de “gueto do reggae”), Natty Nayfson aproveita o coincidente mês e dia 11 (domigo) de Maio da morte do cantor, com o mês das mães e distribui “Cestas Básicas” a centenas de carentes do seu bairro de origem. “É de fundamental importância, a distribuição de cestas básicas para as mães do bairro, em virtude das mesmas estarem em um momento que pertencem a elas, visto que todo dia é dia das mães, mas esse dia é como se fosse uma oferenda do rei Bob Marley” afirma. A festa em homenagem aos 27 anos da morte do rei do reggae, Bob Marley, será realizada neste domingo dia 11 no CLUBÃO DO LYON (localizada na avenida Kennedy) e vai contar com as presenças de D’js como: Júnior Black, Jorge Black, Luis Mecânico, Marcos Vinícius e outros , ao som da Radiola FM Natyy Nayfson., a partir do meio-dia.
Para o radialista e pesquisador da música negra, Ademar Danilo, a popularidade de Bob, tornou o artista muito badalado em nossa cidade. “Essa influência se deu pela consolidação da preferência das pessoas pelo reggae aqui no Maranhão. Na época era um dos artistas mais populares do mundo e chegou com muita força. Para alguns adeptos ao estilo, inicialmente o gosto rítmico era mais apurado”.Afirma Ademar


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Alguns artistas Jamaicanos vieram no rastro de Bob Marley, como: Jacob Miller, Bandas The Gladiators, Culture e todos fazem sucesso em São Luis através das raízes plantadas por Bob. Essas influências marleianas incentivam as inúmeras bandas de reggae da ilha, com ritmo e sotaque jamaicano. Foram várias as bandas de reggae, que descobriu em suas batidas a pulsação da música do astro do reggae, como: Tribo de Jah, banda Guetos, Filhos de Jah, Kazamata, Mano Bantu, Capital Roots e tantas outras que beberam na fonte do rei. No alto da sua trajetória de vida, Marley ainda vive na memória de quase todos aqueles adeptos a boa música do terceiro mundo, do Funk ao Rock, do Rap de hoje ao mambo da mãe África, ou do Roots, do Reggae, do Soul... Cada canção é um sinal. Mas é preciso tomar os devidos cuidados com o tipo de canção e vibração que se dá ao povo. Para a sua Majestade Marley: “é preciso ter cuidado com o que se canta, se assim quiserem explorar, isso só apressará a sua queda”.
O reggae – “música dos reis” como entendia Marley, é um esforço humano de reconstrução da dignidade, do destino e da cultura de um povo. Herói da raça negra, Orfeu guerreiro, pastor da rebelião dos pobres e oprimidos (como foi em boa parte, sua longa estrada da vida), Marley denunciou a violência da babilônia – o mundo branco, ocidental. A herança divina e infinita de sua coragem e perseverança são as luzes que ilumina esta longa e incalculável história de vida de um rei, que depois de 27 anos continua vivo na memória da nação do reggae.


* Jornalista e Radialista, membro do movimento reggae de São Luis, Locutor e Apresentador do programa Radiola Reggae, na Difusora FM.
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