Entre tantas paixões e amores um continua inabalável desde minha adolescência, quando ouvi pela primeira vez o baixo ao fundo desse ritmo mágico e cadenciado, que é o Reggae em sua essência. Nasci em Belém do Pará, então nada estranho, já que os ritmos que lideram por lá são esses mesmo os caribenhos, africanos e indigenas resultando em uma miscegenação de ritmos, aliás, meu pai adorava merengue, o ritmo, não a guloseima rsrsrs....Eu estava preparada ouvi a voz de Jah e sou fiel a ele desde então, e lá se vão 30 anos acompanhando tudo que se passa no universo Rastafari. Tenho muito orgulho desse meu lado reggaeira, sempre fui conhecida como a filha de Jah ou filha do Rasta, nicks que sempre usei na internet. Em agradecimento a tudo de bom que recebo de Jah resolvi reuni tudo o que a ele se refere em especial dou destaque a Robert Nesta Marley, cujas composições, sua biografia, enfim selou de vez esse pacto de amor que tenho com o Reggae. Quando meus filhos e amigos comungam comigo desse amor incondicional que tenho pela Jamaica, pela África e sua história de dor e preconceito, lágrimas me vêm aos olhos, saber que através de mim, outros estão tendo a oportunidade de conhecer, amar e respeitar os Rastas no sentindo mais amplo da palavra. Jah!!!

Rastafari I yeahaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Elsy Myrian Pantoja

Uma Filha de Jah

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terça-feira, 8 de março de 2011

Formação étnica da Jamaica



           
             A história da Jamaica inicia-se com a chegada de Cristóvão Colombo à ilha, em 1494. Num dos primeiros encontros que teve com os arauques, então os únicos habitantes daquele recém – descoberto (por eles espanhóis) pedaço de terra, Colombo demonstrou surpresa ao ser recebido pelos índios, acompanhados por uma banda, cujos únicos e rústicos instrumentos eram alguns tambores e flautas feitas de cana. Ao que sabe foi a primeira música a ser ouvida na Jamaica- ou Xaymaca, como chamavam os arauaques, a “terra das primaveras”.

Pensando no ouro e na sua exploração, os espanhóis se estabeleceram na ilha e transformaram os arauaques em escravos, utilizados em serviços forçados. Pouco a pouco este povo foi desaparecendo. Em 1512, os espanhóis concluiram que não havia mais ouro suficiente na Jamaica e voltou-se para a vizinha Cuba.
Em 1660 quando as tropas inglesas conquistaram as terras jamaicanas  dos espanhóis, estes soltaram todos os seus escravos – a maior parte vinda de Angola. Eles foram para as montanhas e, com os últimos remanescentes dos arauaques, formaram o núcleo dos maroons (nome vindo do espanhol cimarrón, “selvagem”), que não demoraria a se tornar a grande pedra nas botas das tropas inglesas.
A partir de 1670 a Jamaica foi definitivamente cedida pela Espanha à Inglaterra de acordo com o tratado de Madri. Os ingleses introduziram então uma nova espécie de cana-de-açúcar na ilha. O açúcar passou a ser, daí em diante, a principal atividade econômica da Jamaica. Escravos da África Ocidental (povos Ashanti, Ioruba e Akan, todos da tribo dos Coromanti), foram trazidos para trabalhar nas plantações.

Durante mais de 80 anos, os marrons resistiram ao ataque, forçando os ingleses a um acordo de paz, que dava a eles autonomia sobre aquela região. A triste ironia dessa história é que os marrons tiveram de aceitar a única exigência formal dos ingleses: que passassem a atuar, a partir dali, como caçadores de escravos, prendendo ou simplesmente eliminando todos fugitivos que surgissem no seu território. Essa função foi oficializada em um tratado assinado por Cujo, em 1739, endossando uma hábil manobra política dos ingleses.
Os escravos trazidos tantos pelos espanhóis como pelos ingleses, não esqueceram sua cultura por causa dos estalos dos chicotes. Gradativamente, eles foram contaminando – de certa forma, criando – a base da cultura jamaicana. A presença africana na ilha criou filial de rituais daquele continente. Em comum entre as tribos, podia-se perceber a busca da trancendência, a crença nos espíritos, nos deuses e nos demônios.
Marco Antonio Cardoso destaca em sua obra:

“ – No interior do Terceiro Mundo existe um fenômeno social único. Foi criado por uma das terríveis diásporas da história: o comércio de escravos, que conheceu seu período áureo desde o século 17 até o século 18 e desalojou milhões de africanos negros, distribuindo-os pelo Caribe, pelos Estados Unidos e por regiões da América Latina. Lá, nossos ancestrais foram submetidos ao ato de desculturalização mais sistemático da história moderna. Não era como a opressão de um povo em seu território nativo. O escravo não possuia o território os ancestrais onde apoiar os pés e cravar os dedos enquanto aguardava que a maré de opressão retrocedesse ou que se apresentase a oportunidade de rebelião. Os escravos foram destituídos de suas terrars e de suas tribos. A única coisa que o opressor não pôde retirar foi sua humanidade”
                                                    Marco Antonio Cardoso, A magia do reggae


Origens do RASTAFARIANISMO

      A filosofia Rastafari nasceu nas montanhas jamaicanas na década de 1930, como conseqüência de um forte movimento de consciência negra, auto-identificado como anticolonialista e que lutava contra as péssimas condições dos operários negros nas fábricas e contra certos traços políticos e sociais jamaicanos, entendidos como sendo os resquícios da escravidão.
     Tudo começou quando a previsão de Marcus Garvey de que um homem negro seria coroado rei da África se realizou.A noticia da coroação do rei etíope Ras Tafari Makonnen, trazendo títulos bíblicos e sendo reconhecido como descendente da dinastia do rei Salomão trouxe uma renovação para a identidade da população negra e rural nas montanhas jamaicanas, que passou a louvar o imperador etíope em suas comunidades auto-sustentáveis, sendo uma resposta quase imediata para a profecia de Marcus Garvey.

     Os princípios básicos do rastafarianismo foram traçados por um grupo de teóricos: Leonard P. Hovell, o reverendo Claudius Henry, Vernal Davis e o auto-intitulado  príncipe Edward Emanuel. Segundo eles, a Bíblia teria sido adulterada ao longo dos anos, e as referências mais importantes ao homem negro, subtraídas. Baseado nisso, criaram-se as doutrinas e os mandamentos rasta.
                                                      
                       "A igreja católica, a polícia, o governo - tudo isso representaria a Babilônia, o sistema corrupto e decadente do mundo ocidental. Roma passaria a ser considerada a capital da babilônia. Foram os romanos que mataram Cristo.Foram os romanos que forçaram Selassie ao exílio, ao invadir a Etiópia durante a Segunda Guerra Mundial, comandados por Mussolini. A Babilônia -  primeiro de uma série de termos bíblicos usados pelos rastas - iria queimar quando chegasse a hora do Armagedon, o julgamento final." 

Carlos Albulquerque, O Eterno Verão do Reggae

    Com o advento do estilo musical reggae, que uniu instrumentos convencionais da música pop mundial, como o baixo, bateria, teclados e guitarras aos tambores e a estrutura rítmica e melódica dos cantos tipicamente rastafaris, o rastafarianismo ganhou força, se expandiu e desde então passou a ser reinterpretado localmente por diversas comunidades espalhadas pelo mundo. Processo esse, que se mantém vivo até os dias de hoje.

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